Higiene
e Profilaxia
Introdução
Saneamento é o
conjunto de medidas, visando a preservar ou modificar as condições do meio
ambiente com a finalidade de prevenir doenças e promover a saúde. Alguns
procedimentos de saneamento básico são: tratamento de água, canalização e
tratamento de esgotos, limpeza pública de ruas e avenidas, coleta e tratamento
de resíduos orgânicos (em aterros sanitários regularizados) e materiais
(através da reciclagem). As atividades de saneamento têm como objetivos o
controle e a prevenção de doenças, melhoria da qualidade de vida da população,
melhorar a produtividade do indivíduo e facilitar a atividade econômica. Para o
abastecimento de água, a melhor saída é a solução coletiva, excetuando-se
comunidades rurais muito afastadas. As partes do sistema público de água são:
manancial, captação, adução, tratamento, reserva, reservatório de montante ou
de jusante e distribuição. As redes de abastecimento funcionam sob o princípio
dos vasos comunicantes. O sistema de esgotos existe para afastar a
possibilidade de contato de despejos, esgoto e dejetos humanos com a população,
águas de abastecimento, vetores de doenças e alimentos. O sistema de esgotos
ajuda a reduzir despesas com o tratamento tanto da água de abastecimento quanto
das doenças provocadas pelo contato humano com os dejetos, além de controlar a
poluição das praias. Os sistemas de esgotos são o sistema unitário, sistema
separador e sistema misto. O sistema de coleta de lixo tem que ter
periodicidade regular, intervalos curtos, e a coleta noturna ainda é a melhor,
apesar dos ruídos. O lixo pode ser lançado em rios, mares ou a céu aberto,
enterrado, ir para um aterro sanitário (o mais indicado) ou incinerado (fonte
desconhecida).
Autocuidado
·
Fatores
Ambientais
·
Fatores
Físicos
·
Fatores
Comportamentais
Higiene
=> Limpeza ou promoção de saúde
Profilaxia
=> Conjunto de medidas que têm por finalidade prevenir ou atenuar as
doenças, suas complicações e consequências.
Ø Profilaxia com métodos comportamentais
Exemplo:
uso do jaleco, preservativo e exame do toque de mama e o Papanicolau.
Ø Profilaxia com métodos de drogas ->
Quimioprofilaxia
§ Quando a profilaxia está baseada no
emprego de medicamentos
Exemplo: vacinação, uso do protetor solar, uso
de vitaminas e remédio de prevenção de vermes.
Saúde
Conceito
É
o bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doenças.
Saneamento Básico
Conceito
É
um conjunto de medidas que visam à promoção da saúde e prevenção de doenças,
levando em considerações componentes socioambientais básicos:
Componentes
Básicos
Ø L ixo
Ø E sgoto
Ø Á gua
Responsabilidade
·
Civil
·
Pública
Vantagens
·
Econômicas
·
Sanitárias
1.
Água
o Importância para o
organismo (o Corpo Humano é formado de 70% a 75% por água) e para o planeta.
Ø
Fontes de água
·
Poços
·
Açudes
·
Rios
·
Reservatórios, etc.
Ø
Água Potável
Para o consumo, a água tem que estar:
·
Incolor
·
Inodora
·
Insípida
Ø
Formas de tratamento de água
§ O tratamento de água
visa reduzir a concentração de poluentes até o ponto em que não apresentem
riscos para a saúde pública. Algumas delas são:
v Filtração: método que elimina micropartículas da água. A água
passa por filtros com camadas diversas de seixos (pedra de rio) e de areia, com
granulações diversas e carvão antracito (carvão mineral). Aí ficarão retidas as
impurezas mais finas que passaram pelas fases anteriores.
v Fervura: método que elimina as micropartículas da água.
v Cloração: método químico para eliminar germes que contaminam a água.
Doenças Relacionadas com a água
Nome da doença
| <><>
>
Agente Causador
| <><>
>
Cólera
| <><>
>
Vibrião colérico
| <><>
>
Dengue
| <><>
>
Vírus da dengue
| <><>
>
Amebíase e
Giardíase
| <><>
>
Entamoeba coli e
Giardia lamblia
| <><>
>
Leptospirose
| <><>
>
Leptospira interrogans
| <><>
>
Esquistossomose
| <><>
>
Schistossoma mansonii
| <><>
>
Hepatite A e E
| <><>
>
Vírus da hepatite
| <><>
>
Micoses locais
| <><>
>
Fungos
| <><>
>
Lixo
Conceito
São restos de materiais originados de uma determinada atividade
produtiva.
Classificação
Quanto à origem:
·
Domiciliar
·
Industrial
·
Hospitalar
Quanto à decomposição:
·
Orgânico
·
Inorgânico
Quanto à reutilização:
·
Reciclável
·
Não Reciclável
Destino do Lixo:
·
Coleta Seletiva
Destino Final:
ü Lixões
ü À céu aberto
ü Aterros Sanitários
ü Incinerações
v Lixo Domiciliar: é produzido no
domicílio ou em qualquer outro ambiente, mas não tem riscos biológicos.
v Lixo Hospitalar: são resíduos gerados
em ambiente hospitalar e que tem alto risco infeccioso.
Lixo
Ø
Decomposição
Ø
Reutilização
Ø
Destino Final
v
Lixo Orgânico => É aquele que a natureza consegue absorver (que se
decompõem)
v
Lixo Inorgânico => É aquele que a natureza leva muito tempo para absorver
(ou não se decompõem)
v
Reciclável => lixo que é reutilizável. Exemplos: plásticos, vidro,
papel e alumínio.
v
Não – Reciclável => É aquele que não é reutilizável. Exemplos: lixo
hospitalar.
Destino Final
Aterros
Sanitários
Classificação do Lixo Hospitalar
Os
resíduos produzidos nos serviços de saúde são importantes causadores de doenças
devidos seus elevados níveis de contaminação. Por isso, a ANVISA (Agência
Nacional de Vigilância Sanitária) criou uma resolução que tem como objetivo
classificar esses resíduos pelo seu grau de contaminação e direcionar o destino
final e forma de tratamentos mais adequados; esta resolução é a NR 303/03 e
NR 306/04.
O
Lixo Hospitalar passa a ser classificado assim:
·
Grupo A => Potencialmente Contaminados: São os resíduos que
apresentam altíssimo poder infeccioso, como por exemplo: bolsas de sangue,
seringas e luvas.
·
Grupo B => Resíduos Químicos: São os que possuem a
capacidade corrosiva ou tóxica para o ambiente e para o homem. O seu descarte
deve ser feito em embalagens rígidas de plásticos. Exemplos: Reagentes de Raios-X, Restos de
Quimioterapia, etc.
·
Grupo C => Rejeitos Radioativos: São os restos de
reagentes utilizados para executar exames de medicina nuclear. Seu descarte
deve ser similar aos resíduos do Grupo B.
·
Grupo D => Resíduos Comuns: São os resíduos de baixíssimo poder de
contaminação, resultante de atividades ausentes de riscos biológicos. O
descarte deve ser realizado em sacos pretos, azul ou cinza. Exemplos: Papéis e
Restos de Comida
·
Grupo E => Perfuro cortantes: São aqueles que
possuem elevado poder de corte ou perfuração independentemente do seu uso.
Exemplo: agulha e bisturi. O descarte deve ser feito em embalagens rígidas de
papelão com indicativo de risco biológico. A caixa de colocar perfuro cortantes
deve ser preenchida 2/3 completos ou 1/3 ficar vazia.
Esgoto
Conceito
Compreende os resíduos líquidos produzidos pelo homem e podem
ser causadores de doenças.
Característica de uma
boa rede esgoto.
ü Captação
ü Transporte
ü Tratamento
Destino Final
Fossa – Negra
- Séptica
- Seca
o
- Lençóis Marítimos
o
- Coleta Urbana Subterrânea
o
- Céu Aberto
Infecção e Contaminação
Infecção
É uma contaminação provocada ao ser humano por agentes
biológicos
Exemplos
ü Vírus
ü Bactéria
ü Protozoário
ü Fungo
Contaminação
É a disseminação de um agente químico ou biológico no ambiente
ou no organismo humano.
Obs.: Nem toda contaminação é uma infecção.
1. Infecção Relacionada aos
Serviços de Saúde (IRSS).
2. Infecção Comunitária.
1. Infecção Relacionada aos
Serviços de Saúde (IRSS)
Conceito
É toda infecção que ocorre após 72 horas da admissão do
paciente, ou mesmo após a alta, e que tenha relação com procedimentos
realizados nos serviços de saúde.
Obs.: Se um paciente colocou uma prótese de silicone ou fez uma
cirurgia de grande porte até um ano poderá aparecer infecção, já as pequenas e
médias cirurgias são 30 dias. A sonda o prazo é de 6 meses.
2. Infecção Comunitária
Conceito
É toda infecção adquirida na comunidade e que não tem relação
com procedimentos realizados nos serviços de saúde.
Fatores que resultam a infecção
ü Diretos => Exemplos: Moradia,
Contato Íntimo ou Constante.
ü Indiretos => Exemplos: fômites
(objetos de uso coletivo).
Infecção Comunitária
Nome de Doença
| <><>
>
Agente Causador
| <><>
>
Salmonelose
| <><>
>
Salmonella sp.
| <><>
>
Teníase
| <><>
>
Taenia solium
| <><>
>
Pediculose (Piolho)
| <><>
>
Pediculus pediculorum
| <><>
>
Escabiose (“Piolho”)
| <><>
>
Pediculus scabiens
| <><>
>
Sífilis
| <><>
>
Treponema palidum
| <><>
>
Infecção HIV/AIDS
| <><>
>
Vírus da Imunodeficiência Adquirida
| <><>
>
Varicela (Catapora)
| <><>
>
Vírus da Varicela
| <><>
>
Botulismo
| <><>
>
Clostridum botulinum
| <><>
>
Neurocisticercose
| <><>
>
Cisticerco
| <><>
>
Leishmaniose Visceral
| <><>
>
Leishmania chagasí
| <><>
>
Infecção Hospitalar
v Cruzada
v Oportunista
v Superinfecção =>
Septicemia
=> Sepse
=> Choque
séptico
·
Cruzadas – Provocada por uma cepa que penetra no organismo do enfermo que
está com o sistema defensivo gravemente afetado, procedendo de um portador ou
através de fômites de outros doentes*.
·
Superinfecção hospitalar – É um quadro clínico, causado por uma nova
bactéria que atua como agente continuando o processo infeccioso do qual o doente
é portador*.
·
Infecção oportunista – É a infecção provocada por germes não patogênicos de um
organismo comprometido, como é o caso do doente*.
Microorganismo Comuns nas IRSS
Pseudomonas aeruginosas
| <><>
>
Septicemia e Infecções cutâneas
| <><>
>
Klebisiella pneumoniae
| <><>
>
Infecções respiratórias
| <><>
>
Proteus sp.
| <><>
>
Infecções urinárias
| <><>
>
Stafilococcus aureos
| <><>
>
Infecções cutâneas e respiratórias
| <><>
>
Streptococcus
| <><>
>
Infecções respiratórias
| <><>
>
Pseudomonas
aeruginosas
Obs.: Pseudomonas vive em ambientes úmidos, nas mucosas, por
exemplo.
ü É uma infecção que está
se desenvolvendo nos hospitais (uma mutação da Klebisiella pneumoniae) ela é
uma infecção oportunista.
ü Proteus sp. Pode causar
dor e sangramentos ao urinar.
ü Sempre os pacientes que
entram na UTI pode desenvolver Stafilococcus aureos ou Streptococcus.
Medidas Preventivas de IRSS
1. Isolamento hospitalares
2. Classificação de áreas
3. Classificação de artigos
4. Tratamento de artigos
5. Higienização das mãos
6. EPI
1. Isolamento Hospitalares
ü Isolamento Total ou
Restrito
ü Isolamento Reverso ou
Protetor
ü Isolamento Respiratório:
Ø Aerossóis
Ø Gotículas
2. Classificação das
áreas
ü Críticas
ü Semi – Críticas
ü Não Críticas
·
Área Crítica - É um local onde poderão ter ou não ter pacientes, com alto grau
de contaminação. Exemplo: UTI’S e o Expurgo (local onde ficam os restos dos
materiais contaminados, o material esterilizado nunca deverá passar por esse
local.).
·
Semi - Crítica – É uma área que SEMPRE
terão pacientes infectados ou não. Exemplo: Enfermarias e Quartos Hospital.
·
Não Crítica – NUNCA terão pacientes, onde o risco de contaminação é mínimo. Exemplo:
Corredor e Recepção.
3. Classificação dos
artigos hospitalares
ü Críticos
ü Semi – Críticos
ü Não – Críticos
Artigos
Conceito
São os instrumentos
usados nos hospitais. E são classificados em:
v
Artigos Críticos – É aquele que entra em
contato com a corrente sanguínea ou com as mucosas não integradas. Exemplo:
Pinças.
v
Artigos Semicríticos – São aqueles que
entram em contato com as mucosas íntegras ou a pele não intacta. Exemplo:
Sonda.
v
Artigos Não-Críticos – São aqueles que
entram em contato apenas com a pele íntegra. Exemplos: Termômetro e Papagaio.
Todos os artigos
considerados críticos devem esterilizados ou descartados.
Todos os artigos
considerados semicríticos devem passar pelos processos de desinfecção ou
esterilização.
4. Tratamento dos artigos
hospitalares
Conceitos Básicos
Ø Assepsia
Ø Antissepsia
Ø Desinfestação
Ø Desinfecção
Ø Degermação
Ø Esterilização
Estão relacionadas aos conceitos de tratamento dos artigos, como
sabemos a maior probabilidade de microorganismos, será maior o risco de
infecção e quando é menor a probabilidade será menor o risco de infecção.
Assepsia: É a redução de quantidade de micro-organismos de superfícies
inanimadas.
Antissepsia: É a redução de quantidade micro-organismos da superfície da
pele e da mucosa.
Desinfestação: É a redução da quantidade e artrópodes ou roedores da pele ou
do ambiente.
Degermação: É a redução da quantidade de germes, por meio de degermantes.
Exemplos: sabão e detergentes.
Esterilização: é o processo que promove completa eliminação ou destruição de
todas as formas de microorganismos presentes: vírus, bactérias, fungos,
protozoários, esporos, para um aceitável nível de segurança. O processo de
esterilização pode ser físico, químico, físico- químico.
| <><>
>
Alternativas
| <><>
>
Métodos físicos
| <><>
>
Vapor saturado/autoclaves
Calor seco
Raios Gama/Cobalto
| <><>
>
Métodos químicos
| <><>
>
Glutaraldeído
Formaldeído
Ácido peracético
| <><>
>
Métodos físicos químicos
| <><>
>
Esterilizadoras a Óxido de Etileno (ETO)
Plasma de Peróxido de Hidrogênio
Plasma de gases (vapor de ácido peracético e
peróxido de hidrogênio; oxigênio, hidrogênio e gás argônio)
Vapor de Formaldeído
| <><>
>
A esterilização a vapor é realizada em autoclaves, cujo processo
possui fases de remoção do ar, penetração do vapor e secagem. A remoção do ar
diferencia os tipos de autoclaves.
Os ciclos de esterilização são orientados de acordo com as
especificações do fabricante.
Um ciclo de esterilização do tipo "Flash" pode ser
realizado em autoclave com qualquer tipo de remoção do ar [i][2].
As autoclaves podem ser
divididas segundo os tipos abaixo:
TIPOS
| <><>
<>
><><> <> > | |
| <><>
<>
>
O vapor é injetado
forçando a saída do ar. A fase de secagem é limitada uma vez que não possui
capacidade para completa remoção do vapor.
Desvantagem: pode
apresentar umidade ao final pela dificuldade de remoção do ar.
As autoclaves
verticais são mais indicadas para laboratórios.
| <><>
<>
>|
Venturi - O ar é
removido através de uma bomba. A fase de secagem é limitada uma vez que não
possui capacidade para completa remoção do vapor.
Desvantagem: pode
apresentar umidade pelas próprias limitações do equipamento de remoção do ar.
| <><>
<>
>||
| <><>
<>
>
Introduz vapor na
câmara interna sob alta pressão com ambiente em vácuo. É mais seguro que o
gravitacional devido a alta capacidade de sucção do ar realizada pela bomba
de vácuo.
| <><>
<>
>|
Vácuo único
O ar é removido de uma
única vez em pequeno espaço de tempo.
Desvantagem: pode
haver formação de bolsas de ar.
| <><>
<>
>
Vácuo fracionado (por
pulso ou escalonado)
Remoção do ar em
períodos intermitentes, com injeção simultânea de vapor. Também funciona por
gravidade
A formação de bolsas
de ar é menos provável.
| <><>
<>
>|
<><> <> > | <><> <> > | <><> <> > |
| <><>
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>
| <><>
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>||||||||||||||||||||
| <><>
<>
>
Esterilização rápida
(“Flash”)
- O
ciclo é pré-programado para um tempo e temperatura específicos baseado no
tipo de autoclave e no tipo de carga (para outros ciclos se assume que a
carga contém materiais porosos).
- De
forma geral o ciclo é dividido em duas fases: remoção do ar e
esterilização. Embora possa ser programada uma fase de secagem esta fase
não está incluída no ciclo "flash".
- Os
materiais em geral são esterilizados sem invólucros a menos que as
instruções do fabricante permitam. Assume-se que sempre estarão úmidos
após o processo de esterilização. Devem, portanto, ser utilizados
imediatamente após o processamento, sem ser armazenados.
- Este
ciclo não deve ser utilizado como primeira opção em hospitais. Indicadores
químicos, físicos e biológicos (B. stearothermophillus).
| <><>
<>
>|||
Tipo de autoclave
| <><>
>
Tipo de carga
| <><>
>
Temperatura
| <><>
>
Tempo do ciclo
| <><>
>
GRAVITACIONAL
| <><>
>
-Metais, itens não porosos, sem lumes.
- Metais com lumes, itens porosos (plásticos, borrachas)
| <><>
>
132o.C
132o.C
| <><>
>
3 min
10 min
| <><>
>
PRÉ VACUO
| <><>
>
-Metais, itens não porosos, sem lumes.
- Metais com lumes, itens porosos (plásticos, borrachas)
| <><>
>
132o.C
132o.C
| <><>
>
3 min
4 min
| <><>
>
VÁCUO FRACIONADO
| <><>
>
-Metais, itens não porosos, sem lumes.
- Metais com lumes, itens porosos (plásticos, borrachas)
| <><>
>
132o.C a 135o.C
141o.C a 144o.C*
| <><>
>
3 min
2min
| <><>
>
· *incomum no Brasil
A remoção do ar da câmara é absolutamente crítica para o
completo processo de autoclavação.
O ar pode ser removido ativa ou passivamente.
Estes dois tipos de remoção do ar caracterizam os dois tipos
básicos de esterilizadoras de vapor saturado:
a) Remoção de ar por gravidade- neste tipo de equipamento a
entrada do vapor "força" o ar para fora. Como o ar é mais pesado que
o vapor e não se mistura bem com o vapor este último formará uma camada acima
que à medida de sua entrada irá forçando o ar para fora. O tempo de remoção do
ar dependerá do tipo e densidade da carga.
É importante que a carga seja organizada de forma que o vapor
penetre mais facilmente, com poucos obstáculos, a fim de que possa drenar para
baixo encontrando o local de saída ("por gravidade")
b)Remoção do ar dinâmica : pré-vácuo ou por pulso gravitacional
O ar é ativamente removido.
No início do ciclo o vapor é introduzido na câmara, com a válvula
do dreno aberta para deixar sair o ar. Após um período de tempo estabelecido a
válvula é fechada. à medida em que o vapor vai entrando vai se misturando com
ar ainda dentro da câmara criando uma mistura de vapor e ar não condensado
iniciando a pressurizar. O dreno então é aberto expulsando a mistura de ar e
vapor pressurizado. Com este escape repentino de gases forma-se uma pressão na
linha que cai abaixo da pressão atmosférica criando o pré-vácuo. O ar não é
todo removido, tornando então a ser introduzido o vapor e repetindo o processo.
De forma geral os pulsos são em número de quatro para remoção do ar e permitir
a penetração do vapor na carga a ser esterilizada. A diferença do pré- vácuo e
do pulso gravitacional é que o segundo tipo não utiliza ejetores ou
"pumps" de vácuo para acelerar a remoção de ar/vapor no final de cada
pulso. O pré-vácuo é mais eficiente e rápido. No entanto o pulso gravitacional
é mais eficiente do que o tipo puramente gravitacional.
Preparando os artigos e carregando a autoclave
1) Materiais articulados e com dobradiças devem ser colocados em
suportes apropriados de forma a permanecerem abertos.
2) Materiais com lumens podem permanecer com ar dentro(por
exemplo, endoscópios). Para evitar este problema devem ser umedecidos com água
destilada imediatamente antes da esterilização. O resíduo de ar se transformará
em vapor.
3) Materiais côncavos, como bacias devem ser posicionados de
forma que qualquer condensado que se forme flua em direção ao dreno, por
gravidade.
4) Materiais encaixados um no outro (cubas, por exemplo) devem
ser separados por material absorvente de forma a que o vapor possa passar entre
eles. Lembrar que o encaixe sempre dificultará a passagem do vapor. Material
cirúrgico não deve ser acondicionado encaixado ou empilhado.
5) Caixas ("containers") de instrumentais devem ser
colocados longitudinalmente na cesta da autoclave, sem empilhar.
6) Têxteis devem ser colocados de forma a que os ângulos estejam
direcionados aos ângulos da cesta ou estante da autoclave para permitir melhor
passagem do vapor.
7) Os tipos de embalagens deverão ser escolhidos de acordo com a
capacidade da autoclave. O período de validade de cada embalagem para cada tipo
de material é definido por testes pela própria instituição.
a)Alguns não tecidos assim como embalagens de algodão são
absorventes e permitem que o condensado se espalhe por uma área maior para reevaporização
e secagem.
b) Coberturas feitas de materiais não absorventes como
polipropileno ou não tecidos de 100% de poliéster não espalham a umidade.
Quando usados para bandejas ou bacias deve ser assegurado que a disposição do
material na autoclave permitirá a drenagem do condensado. Se houver materiais
pesados em bandejas, devem envoltos em material absorvente antes de serem colocados
nas bandejas.
c) Caixas ("containers") metálicas agem como
retentores do calor auxiliando na secagem do material. No entanto produzem mais
condensado quando não embalados apropriadamente e não auxiliam na reevaporização
final.
d) Caixas ("containers") plásticos agem como
isoladores e resfriam rapidamente. O contato com superfícies ou ambientes mais
frios provoca condensado rapidamente.
Obs.: tanto caixas metálicas quanto plásticas não devem ser
esterilizadas em autoclaves de gravidade. Deve ser preferido a esterilização
por pré-vácuo ou pulso gravitacional. O ar é difícil de ser removido destes
"containers" e a adição de tempo de exposição não irá auxiliar na
remoção do ar.
e) Os artigos após a esterilização não devem ser tocados ou
movidos após 30 a 60 minutos em temperatura ambiente. Durante este tempo eles
devem ser deixados na máquina se não houver prateleira ou cesto removível ou no
próprio cesto em local onde não haja correntes de ar. Se um material úmido ou
morno for colocado em um lugar mais frio, como recipientes plásticos o vapor
ainda existente poderá condensar em água e molhar o pacote.
Obs.: Não há benefício em fechar novamente a autoclave após a
abertura para "secar" melhor. Isto apenas aumentará o tempo
necessário para o resfriamento natural.
f) Alguns "containers" rígidos e não tecidos secam
melhor quando um papel absorvente é colocado na base para absorver a umidade.
Antes de comprar embalagens, teste o material com ela.
g) Pode ser necessária a colocação de um absorvente na
prateleira da máquina.
h) Esterilizar têxteis e materiais rígidos em cargas diferentes.
Não sendo prático, coloque têxteis acima com materiais rígidos abaixo, não o
contrário.
i) Os materiais e embalagens não devem tocar as paredes da
câmara para evitar condensação.
j) Não preencha com carga mais do que 70% do interior da câmara.
k) Sempre ter em mente ao preparar uma carga a necessidade de
remoção do ar, da penetração do vapor e a saída do vapor e reevaporação da
umidade do material.
Existem dois tipos de estufas segundo a distribuição de calor:
1) convecção por gravidade
2) convecção mecânica (mais eficiente por distribuição de calor
mais uniforme)
EXEMPLOS DE TEMPERATURA E TEMPO NECESSÁRIO DE EXPOSIÇÃO
Temperatura
| <><>
>
Tempo
| <><>
>
171o.C
160o.C 149o.C 141o.C 121o.C | <><>
>
60 minutos
120 minutos 150 minutos 180 minutos 12horas | <><>
>
<><> > |
Calor seco
| <><>
>
Calor transferência rápida
| <><>
>
Temperatura
| <><>
>
· 160o.C ou 170o.C
| <><>
>
· 190o.C
| <><>
>
Tempo do ciclo
| <><>
>
| <><>
>
·
12 minutos para pacotes
·
6 minutos para material não coberto
| <><>
>
Tipo de material
| <><>
>
·
Não deve ser isolante de calor
·
Deve ser termo resistente a temperatura utilizada
·
Tubos de polifilme plástico
·
Alguns tipos de papel
·
Folhas de alumínio
| <><>
>
·
Não deve ser isolante de calor
·
Deve ser termo resistente a temperatura utilizada
·
Tubos de polifilme plástico
·
alguns tipos de papel
·
Folhas de alumínio
| <><>
>
Vantagens
| <><>
>
·
Seguro para metais e espelhos (ex.odontologia)
·
Não danifica instrumentos de corte
·
Não forma ferrugem
| <><>
>
·
Menor ciclo
·
Seguro para metais e espelhos (ex.odontologia)
·
Não danifica instrumentos de corte
·
Não forma ferrugem
| <><>
>
Desvantagens
| <><>
>
·
Ciclo longo, exceto se o ar é forçado
·
Pequena penetração em materiais mais densos
·
Não esteriliza líquidos
·
Destrói materiais sensíveis ao calor
| <><>
>
·
Instrumentos devem estar secos antes de serem empacotados
·
Não esteriliza líquidos
·
Destrói materiais sensíveis ao calor
| <><>
>
· Tempos de exposição e temperatura: variam conforme o tipo de
material a ser esterilizado. O maior problema relacionado é o fato de que a
penetração do calor é difícil, lenta e distribui-se de forma heterogênea.
· Embora durante muito tempo tenha sido utilizado como única
alternativa para pós e óleos, estas substâncias, quando validadas podem ser
esterilizadas por vapor.
· Vantagens: a maior vantagem que tem sido preconizada é de que
material de corte perde mais lentamente o fio do que em vapor. No entanto,
estes materiais também podem ser esterilizados em Plasma de Peróxido de H2.
· Problemas em áreas específicas: pequenas clínicas de
oftalmologia que utilizam delicados materiais de corte têm utilizado esta
alternativa pelos problemas descritos anteriormente. Outros métodos, como o
plasma de Peróxido de hidrogênio, no momento seriam muito onerosos, sem
custo-benefício para pequenas clínicas.
· Odontologia: para material clínico (espelhos e similares), sem
ranhuras e detalhes pode ser uma opção já que não são densos e haverá alta
temperatura nas superfícies.
· Formas de uso: conforme indicação do fabricante;
· Manutenção preventiva: convencionada no mínimo, mensal ou
conforme indicação do fabricante.
· Monitorização:
· Testes biológicos: embora não exista um teste ideal o Bacillus
Subtillis é o mais indicado.
· Invólucros:
· caixas de aço inox de paredes finas ou de alumínio;
· papel laminado de alumínio.
· polímeros resistentes a altas temperaturas.
5. Lavagem das mãos
6. EPIs (Equipamentos de
Proteção Individual)
São quaisquer meios ou dispositivos destinados a ser utilizados
por uma pessoa contra possíveis riscos ameaçadores da sua saúde ou segurança
durante o exercício de uma determinada atividade. Um equipamento de proteção
individual pode ser constituído por vários meios ou dispositivos associados de
forma a proteger o seu utilizador contra um ou vários riscos simultâneos. O uso
deste tipo de equipamentos só deverá ser contemplado quando não for possível
tomar medidas que permitam eliminar os riscos do ambiente em que se desenvolve
a atividade. Exemplo: luvas e máscaras.
Parabéns pelo blog, Rinanda! A iniciativa é ótima e com certeza vai ajudar muitos alunos da área da saúde (enfermeiros ou não) na hora de dar aquela revisada sobre os temas vistos em sala de aula. Adorei também o título do blog. Muito inteligente e criativo! Vou ficar esperando a segunda parte do texto e alguns vídeos sobre higiene e profilaxia, se der. Bjo!
ResponderExcluirOlha ai o nosso blog,espero q ele possa vir a ajudar não so os alunos da nossa turma,mas todas as pessoas q tiverem duvidas a respeito de assuntos da medicina!!!
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